sábado, 15 de dezembro de 2012

Crítica: Alguém para dividir os sonhos


Amizade sincera

Alguém para dividir os sonhos (EUA, 1993), dirigido por Tim Hunter (Looking Glass), versa sobre o dilema dos desabrigados e sua luta diária pela sobrevivência nas ruas da pólis. O roteiro do longa-metragem destaca a relação de respeito que surge entre os personagens centrais interpretados por Matt Dillon (Garotas selvagens) e Danny Glover (Bem amada). 

Em meio à penúria em que se encontram, Mattew/Dillon e Jerry/Glover buscam a quimera da estabilidade financeira como fator de motivação para seguir em frente.

Resilientes em seus conflituosos calvários, a dupla de protagonistas conserva os louváveis sentimentos de fraternidade e solidariedade que suavizam o peso de seus dramas pessoais. 

O jovem e ingênuo Mattew divide com o experiente veterano de guerra Jerry suas carências psicológicas e psiquiátricas. Já Jerry encontra no rapaz o ideal de família que tanto preservava em seu passado.

Lacrimogêneo, tocante, comovente Alguém para dividir os sonhos de Tim Hunter acerta na condução da narrativa e no tom realista e dramático de cada cena e mesmo sem grandes atuações de seus atores principais concebe uma obra profunda e relevante sobre a força que uma amizade sincera exerce na psique do ser humano, sobretudo em personas que sofreram demais.

Márcio Malheiros França